Para nós, combater o racismo não é uma tendência ou um passatempo, é a vida quotidiana. Estamos conscientes da necessidade de protestar não só desde o brutal assassinato de George Floyd. Seja nos EUA, Brasil, Haiti, Nigéria, Senegal ou aqui na Alemanha, por toda a parte é necessário que nos protejamos e nos organizemos. O 25 de Maio não é apenas o dia em que George Floyd foi assassinado. Desde 1963, o 25 de Maio também e celebrado no continente e na Diáspora como o Dia da Libertação Africana. O dia representa a nossa determinação em unir-nos e libertar-nos de todas as formas da dominação estrangeira.

 

A ordem mundial e a económica actual baseia-se em séculos da escravidão, assassinato em massa e colonialismo europeio. O racismo, a ideia da supremacia branca, tem servido para justificar a violência e a exploração imensa desde o seu início.  O assassinato estrutural, o desprezo, a opressão, a humilhação das pessoas negras em África e no mundo só pode ser entendido ante deste antecedentes.

 

O racismo não começou com o regime nazi. Há uma continuidade alemã racista desde os lucros através da escravidão transatlântica, ao genocídio na Nâmbia e ao apoio estatal e à banalização do terror fascista. A Alemanha é responsável pela exportação de armas, guerras, por maus tratos nos campos de refugiados, bem como por mortes em massa no mar mediterrâneo.

 

Os assassinatos pela polícia racista estão longe de ser casos isolados na Alemanha. Alguns dos casos mais famosos são os assassinatos de John Achidi e N’deye Mareame Sarr em 2001, de Oury Jalloh e Laya-Alama Condé em 2005. Este ano tambem é o 10º aniversário do assassinato de Christy Schwundeck. Foi morta a tiro pela polícia no Gallus Job Center, em Frankfurt, dia 19 de Maio em 2011.

 

Mas a violência racista não começa apenas quando os polícias nos perseguem e assassinam. Nao importa que se trata da habitação, o trabalho, a saúde, a educação, a cultura ou no nosso tempo libre: é todo um sistema que nos oprime em todas as áreas da vida.

 

Os governos, partidos e ONG alemães há muito que provaram que são incapazes de defender os nossos interesses. É por isso que apelamos a todas pessoas para que se organizem e lutem por uma vida em convivencia sem racismo, bem como qualquer forma da discriminação,  da exploração e  da opressão.

 

Defendemos a libertação de todas pessoas negras. Independentemente do país em que vivemos, estamos unidos por um destino comum e uma história comum, que têm a sua origem em África. Enquanto a África estiver acorrentada, nenhuma pessoa negra pode ser verdadeiramente livre. É por isso nos posicionamos para o fim da exploração neocolonial africana e da guerra unilateral contra a África. 

 

Só juntos e unidos somos fortes!

Organizar e defender-nos!

 

„É nosso dever lutar por nossa liberdade. E nosso dever vencer. Devemos amar uns aos outros e apoiar uns aos outros“- Assata Shakur